Amigos, um aviso rápido: tenho um convite especial para quem é do DF. No dia 16/04 às 17h eu e a Olívia vamos conduzir uma roda de conversa para empreendedores no Acorde 27 (um café delícia ali na Asa Norte).
A gente vai trocar ideia sobre comunicação que funciona: estratégias de negócio e imagem para vender melhor.
A roda terá inscrições limitadas para que seja possível proporcionarmos um ambiente de muita troca. Aos que tiverem interesse, me manda um oi que eu te passo as coordenadas pra reservar sua cadeira com a gente.
Recado dado! Seguimos!
Uma boa parte dos empreendedores que me procuram foge da missão de definir um salário fixo para si.
Pior: para muitos, os valores que retiram a cada mês é sacado antes de pagar as contas da empresa.
É a receita para uma bagunça completa.
O que costumo dizer a eles é que, sim, faz muito bem ter um salário fixo em praticamente qualquer contexto.
Analisando pela perspectiva da empresa, pensa que complicado é ter um funcionário que todo mês recebe um valor diferente? E mais, quem decide sobre o valor do salário é ele!
E observando pelo lado da pessoa, pensa que difícil é ter um empregador que nem sempre paga em dia, meses paga mais, meses paga menos, te deixando inseguro sobre em qual escola você pode matricular seu filho ou se você tem mesmo o dinheiro para fazer aquela viagem que combinou com os amigos.
Mas alcançar essa rotina pode não ser tão trivial. A vida não espera a gente se organizar para acontecer. E nem sempre a gente tem tanta clareza sobre qual valor pode retirar. Em alguns casos, simplesmente não queremos enxergar.
Aqueles que não conseguem realizar uma retirada fixa costumam ser também os que se permitem uma retirada maior do que o que seria saudável, priorizando a urgência da pessoa física por trás da empresa.
Porém, da mesma forma que acontece em qualquer emprego normal, o salário não é (ou ao menos, não deveria) determinado pelo custo de vida do funcionário, mas sim pelo que – entre outras coisas – a saúde financeira da empresa permite. Se esta se afunda para pagar a folha de pagamento (seja de funcionários, seja do dono do negócio) não há planejamento financeiro que dê conta do problema.
Se esse é o seu caso, sugiro um exercício:
Olhe para o histórico do seu negócio com muita frieza (como se nem fosse com você) e, em um recorte de 6 meses, estime qual seria a retirada saudável para priorizar a construção de um caixa.
É comum a gente se dar conta de que o problema de “fluxo de caixa” não é bem um problema de fluxo de caixa. A causa de nunca sobrar dinheiro raramente é o fato das receitas oscilarem, e sim a gestão de quem as controla.
E aí vem o segundo exercício: imagine que você tivesse um emprego, fosse demitida, e conseguisse um novo emprego que te paga menos, o que você faria para se encaixar neste novo padrão de vida? O que cortaria? Quais medidas tomaria?
Essa saída é bem menos glamourosa do que os gurus do empreendedorismo defendem, mas demanda a coragem e a humildade de entender que tudo tem seu tempo, e hoje a empresa ainda não consegue pagar tudo aquilo que você gostaria. Porém, respeitar o tempo e o processo do negócio é provavelmente um dos passos mais sábios que você poderia dar.
Seguir pelo caminho de reduzir gastos pessoais pode ser uma forma de desafogar a sua mente e abrir espaço para depois pensar em como melhorar o resultado da empresa. Conseguir ser criativo para ser mais lucrativo demanda energia, que costuma estar comprometida quando a gente sempre tem uma conta pra pagar sem a certeza de que teremos dinheiro.
Reduzir gastos temporariamente não significa ser pouco ambicioso, ser pouco sonhador ou reduzir os próprios sonhos. É sobre saber respeitar cada momento.
Se você topar essa “redução salarial” temporária, é possível que mesmo assim você não tenha o dinheiro todo em caixa para honrar o quinto dia útil do mês (ou qualquer outro dia a sua escolha). Neste caso, o que costumo sugerir para os meus clientes é dividir esse salário em semanadas. Exemplo: se antes você retirava algo na ordem de 20 mil reais por mês e agora entendeu que o ideal seria retirar 14 mil reais, então a ideia é que em quatro vezes no mês você retire 3.500 reais do negócio.
Desta forma, gradualmente o caixa da empresa será construído, até que eventualmente será possível realizar o pagamento de uma vez só.
Sei que esse exercício pode ser difícil. Em algum nível, a gente precisa lidar com a restrição e com a perda. Mas por conhecer muita gente que já atravessou essa estrada, sei também que o grau de ansiedade diminui, a vida melhora muito.
Sair da aleatoriedade e migrar para ações com mais intencionalidade pode ser o divisor de águas para a saúde financeira: tanto pessoal como empresarial.
E se você quer ajuda pra desenhar um caminho dentro do seu contexto, é só agendar um papo inicial por aqui.